quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Há 50 Anos Começava o Concílio Vaticano II

Em 11 de outubro de 1962, teve início um evento que mudaria a face da Igreja Católica. Há 50 anos, o papa João XXIII convocava o Concílio Vaticano II, considerado hoje o acontecimento mais importante da Igreja no século 20 e descrito pelo próprio pontífice como “um novo Pentecostes”. Uma das instituições mais poderosas e influentes do mundo, que tinha dominado o Ocidente nos séculos anteriores, agora se encaminhava para a modernidade.

“A sociedade estava num contexto de pós-guerra, com os regimes liberais democráticos ganhando mais espaço entre os países ocidentais, enquanto o Vaticano se comportava ainda num modelo pré-moderno, vivendo num mundo à parte”, explica o professor do Departamento de Teologia da Pontífice Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o padre jesuíta Luís Correa. Como o próprio papa explica na bula Humanae salutis, que convocou o encontro em 1959, “o próximo concílio reúne-se, felizmente, no momento em que a Igreja percebe, de modo mais vivo, o desejo de fortificar a sua fé como, também, percebe melhor o dever urgente de dar maior eficiência a sua robusta vitalidade, e de promover à santificação de seus membros, a difusão da verdade revelada, a consolidação de suas estruturas”.

A convocação pegou boa parte da comunidade católica de surpresa, ainda mais vinda de João XXIII, à época com 81 anos. “Quando Pio XII faleceu, o conclave não conseguiu chegar à um consenso em relação ao novo papa. Então o cardeal Ângelo Giuseppe Roncalli foi escolhido para ser um papa de transição, uma vez que já tinha 77 anos”, explica o mestre em ciências da religião Aerton Carvalho. “O papa queria abrir as janelas para arejar a Igreja, eu segundo ele estavam fechadas pela ortodoxia e pelos dogmas”, afirma Carvalho.

Os dados falam por si só: o Concílio Vaticano II teve seus trabalhos iniciados com 2.540 padres conciliares ou prelados, um número inédito na história da Igreja. Os debates só terminaram no dia 8 de dezembro de 1965, já sob um novo papa, o italiano Paulo VI. “João XXIII morreu nove meses depois da primeira sessão. O conclave convocado para escolher um novo papa já tinha em mente a continuidade do concílio quando elegeu Giovanni Montini”, lembra Correa. O novo pontífice tinha fama de ser um grande conciliador, característica que seria importante nas próximas reuniões, como forma de fazer com que as decisões do Concílio fossem aprovadas de forma quase unânime, apesar das divergências.

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